Páginas

quarta-feira, março 23, 2011

Indecisão



Faz algum tempo que eu não escrevo sobre você, faz algum tempo que eu não escrevo sobre qualquer coisa.
Nem sei se ainda consigo fazê-lo, sinceramente, acho que não.
Pelo menos, não com todas essas coisas em minha mente. Lembranças de momentos que todos os dias eu peço, com todas as minhas, pra esquecer. Mas, com a mesma intensidade, desejo revive-los.
Nunca gostei de pessoas indecisas, pessoas que estão sempre em cima do muro. Não, pra mim sempre foi uma coisa ou outra. Sempre.
O engraçado era que você sempre reclamava disso. Quando eu estava feliz, eu fazia o que era certo. Quanto eu estava com raiva, eu fazia o que mais me agradava.
Porem, agora, sou eu a indecisa, sou eu a confusa, sou eu que estou em cima do muro.
Gostaria de saber como mudar minha situação. Gostaria de tê-lo aqui agora, você sempre soube como me deixar pra cima, e me mostrar que nenhum problema é tão complicado quanto aparenta, todos tem uma solução. Só precisamos pensar um pouco pra encontra-la.
Gostaria de tê-lo aqui agora, para me apoiar em tudo, mesmo você sabendo que podia ser uma causa perdida. Sempre amei causas perdidas.
Para me fazer companhia enquanto eu assisto a aqueles filmes que você já se cansou de ver, mas sempre esta comigo, enquanto eu choro, riu ou me assusto nas mesmas partes.
Você sempre gargalhou de mim por causa disso.
Mas novamente a indecisão me ataca quando percebo que não gostaria de tê-lo aqui. Quero-o longe de mim.
Quero distância de suas piadas tão sem graça que dão vontade de rir, eu já decorei todas elas.
Quero distância da sua compreensão e sensibilidade, que me deixam culpada por sentir raiva de uma pessoa como você.
Quero distancia dos seus olhos castanhos, tão parecidos com os meus, que me estresso quando olho no espelho.
Do seu cabelo bagunçado, sempre tão macio e bem cuidado. Tantas pessoas te enchiam o saco por causa disso, mas eu gostava. Ainda gosto.
Da maneira que você me conhecia melhor do que algumas das minhas próprias amigas. Do modo que você sempre me surpreendia.
Do jeito que você revirava os olhos, rindo, quando percebia que eu estava com ciúmes. Do jeito que você bufava, quando era você o ciumento.
Depois de todas as razões para lhe querer longe, penso que já estou decidida. Mas então vem mais duvidas, mas perguntas, e, por fim, mais indecisões.
Eu estou com raiva de você ou de mim mesma?
Eu te odeio ou, na verdade, ainda te amo?
Não, nisso, com certeza não há duvidas. Não pra mim, porém, me pergunto: pra você tem?
- Nathalia Andrade -

Nenhum comentário:

Postar um comentário